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Dicson de Fáveri Grassi

Dicson de Fáveri Grassi

04 de Marçode 2013

IDADE: 29 anos.
FORMAÇÃO: Tecnólogo em Administração Pública e estudante de Direito.
QUANTOS CONCURSOS JÁ REALIZOU: em torno de 30 a 35 concursos.
CARGO QUE OCUPA: Técnico do MPF.
OBJETIVO FINAL NA CARREIRA PÚBLICA: Auditor Fiscal do Trabalho, Auditor Fiscal da Receita Estadual de SC e, talvez, Promotor de Justiça.

Por que resolveu fazer concursos?

 

Resolvi fazer concursos porque estava sem objetivo algum na vida. Com 19 anos, fui obrigado a desistir do curso de Educação Física por razões financeiras e, após isso, fiquei 2 anos desempregado sem saber que rumo tomar na vida. Tive a sorte de, nesse período, ser ajudado por meu irmão, que tem empresa de brindes e me ajudava muito “arrumando” uns serviços para fazer, tirando um dinheiro para me manter.

 

E, obviamente, ter a ajuda de meus pais, que não hesitaram em “aceitar” que um filho de 21 anos de idade pudesse ficar em casa desempregado e, depois de um tempo, começar a estudar para concursos. Como eu não possuía formação alguma e nem condições de fazer uma faculdade, o mundo dos concursos foi a única alternativa que eu tinha para ser alguém na vida. Não havia outra opção. Aliás, quem me orientou a fazer concursos foi minha atual esposa, que, em 2005, no início do namoro, me aconselhou a fazer o concurso do finado banco Besc, aqui de Santa Catarina.

 

 

Fale um pouco de sua trajetória nos concursos públicos:

 

Meu primeiro concurso foi para o Besc, até então banco estadual de SC. Com minha última “oncinha” no bolso paguei a inscrição para o concurso do Besc e comprei uma apostila pífia que vendiam em frente ao banco. E fui, cheio de esperanças, para casa estudar.

 

Após 2 meses de estudo, fiz a prova e fiquei sabendo que havia ficado em 227º para o sul de SC (inicialmente fiquei radiante, achando que havia ficado em 227º no Estado, e havia 600 vagas para o Estado inicialmente... mas depois bateu a depre e achei que não seria mais chamado). Enquanto o Besc não chamava, resolvi fazer um concurso para a Prefeitura de Criciúma, para o cargo de técnico administrativo, cuja remuneração atingia a cifra de pouco mais de um salário mínimo.

 

Mas, como o Besc era apenas uma boa expectativa, resolvi encarar essa oportunidade. Fiquei na 7º colocação para 11 vagas, fato que me estimulou a acreditar que eu poderia levar algum jeito para a coisa (risos). Depois de 1 ano e meio, o Besc me chamou para trabalhar. Mas, infelizmente, não pude assumir porque estava “negativado” na praça. Como todo desempregado, passei por algumas dificuldades financeiras e meu nome estava sujo.

 

No Besc, me informaram que eu teria os 3 meses de experiência para “limpar” o nome, e, como a dívida na época era muito alta em razões dos juros compostos, eu não assumi, pois, na mesma semana, a Prefeitura de Criciúma também me chamou. No entanto, a remuneração da Prefeitura era cerca de ¼ do salário do Besc, o que, de certa forma, me frustrou.

 

Mas, engoli seco e encarei. Após isso, continuei os estudos. Fiz concurso para o técnico do IBGE em 2006, ficando em 11º para 2 vagas em Criciúma. Depois fiz para o IPESC e fiquei em 4º para 1 vaga.

Fiz para o TJ-SC em 2005 e não atingi a nota mínima em uma matéria (história e geografia), apesar de ter tirado 7,5 na prova, o que era uma boa nota. Fiz para o TRE/SC e, apesar de ter tirado 8,4 na prova, não fui chamado por 1 questão ao longo do prazo do concurso.

 

Fiz para PM-SC e passei na objetiva, no entanto, fui reprovado por 3 segundos nos 3.200m, na prova física, pois não atingi a pontuação mínima de 200 pontos na soma dos exercícios (atingi 195, e se não tivesse me tirado várias repetições nos abdominais, meio sugado, barra, teria sido aprovado). Saliente-se que passei nas piores provas, como barra, meio-sugado, entre outros. Isso me frustrou muito, pois, num calor de 43º em Araranguá, cheguei ao limite do meu corpo. O ácido lático bateu tão forte em meu corpo que fiquei 3 semanas sem andar direito. Mas segui em frente.

Após isso, fiz concurso para o INSS. Chegando em Florianópolis, me bateu uma dor de barriga imensa e, minutos antes de entrar para fazer a prova, corri ao banheiro. Para minha surpresa, não havia papel no banheiro e fui para a prova mesmo assim. Fiquei em 102º para o sul de SC, fato que me deixou muito triste.

 

E, um tempo depois, em 2006, fiz concurso para o SAMAE da Içara, concurso em que fiquei em 1º lugar dentre 120 inscritos, para o cargo de Agente Administrativo, cuja remuneração era o dobro da Prefeitura. Eu estava rico (risos). Foi uma felicidade imensa. Trabalhei lá por 2 anos e meio, e, nesse ínterim, fiz diversos concursos. Fiz concurso em 2007 para o TJ de SC, comarca de Imaruí, ficando em 4º para 1 vaga (sendo chamado em 2010), para o MPU, ficando em 189º em SC, Jucesc, ficando em 2º para 1 vaga em Criciúma (sendo chamado em 2009), TRT-PR, ficando em 848º se não me engano, TRF4 em 2007, ficando também mal colocado,

E, também em 2007, fiz concurso para o Cefet/SC, hoje IFSC. Na oportunidade, haviam 3 vagas, e saindo o resultado, fiquei em 3º lugar. Foi uma felicidade imensa. Enfim, eu seria servidor público federal. Contei para a família toda e todos ficaram felizes. No entanto, a banca resolveu alterar o gabarito de uma questão, mesmo após o “resultado final” e eu caí para 5º lugar, em razão da idade (empatei com o 2º, 3º e 4º, mas era o mais novo de todos). Não preciso dizer o quanto me senti frustrado. Mas segui.

No fim de 2007, abriu concurso para o INSS e, até então, era um concurso que eu queria muito passar. Muito mesmo. Estudei muito e passei em 1º de 2 vagas para a APS Criciúma, além de ter ficado em 1º em SC dentre 22 mil inscritos e 6º no Brasil, com quase 700 mil inscritos. Fiz 121 pontos líquidos naquela prova do Cespe, em que uma errada tirava uma certa. Foi uma felicidade imensa.

 

Chorei ao dar a notícia aos meus pais, pois eu estava há muito tempo estudando para concursos e, naquela época, era um concurso muito visado por mim. Ganharia praticamente o triplo que recebia no Samae, além de ser um cargo estatutário, federal, entre outras coisas. Jamais esquecei do grito de alívio que dei dentro do meu carro, ao ir trabalhar depois de saber do resultado. Foi bom demais.

Após ser nomeado no Inss, continuei fazendo concursos. Passei para agente administrativo do MTE (3º dentre 3 vagas), fui então chamado no IFSC, que havia ficado em 5º, chamado no Ipesc, chamado na Jucesc, entre outros. E, em 2010, fiz um novo concurso para o TJ-SC e, na mesma época, para o MPU. No TJ, fiquei em 10º para Criciúma, sendo chamado 6 meses depois. E, no MPU, fiquei em 24º no Estado, sendo chamado já na primeira nomeação, cargo que ocupo atualmente. Tanto no TJ como no MPU, foram alegrias enormes. Mais uma vez venci o Cespe na prova no MPU (risos), e passar para essa carreira significava uma bela ascensão profissional.

Na mesma época que prestei para o MPU, também fiz para o TRT de SC, onde fiquei em 117º para SC. Hoje, recebi a informação que serei nomeado na segunda-feira próxima, e, dependendo do local da nomeação, irei assumir.

E, hoje, continuo estudando, visando, inicialmente, ao cargo de Auditor Fiscal do Trabalho. Caso não passe no próximo concurso, irei adequar meu planejamento.

 

 

Qual a sua metodologia de estudo?

 

Eu sou bem eclético, estudo tanto por vídeo aulas, como livros e aulas em pdf´s. Como as vídeo aulas requerem um pouco mais de tempo, deixo para as matérias que eu possuo maior dificuldade,como Raciocínio Lógico. E faço resumos dos livros e dos pdf´s que leio. Estudo repetindo muito os materiais e resolvendo muitas questões de concursos passados. Nas vésperas da prova, fico só em cima dos resumos.

 

Não deixo de fazer atividade física, jogar meu videogame, passear com a esposa, com meus dogs, para estudar. Em toda minha vida de concurso jamais abdiquei do lazer e das coisas que gosto. E consegui mais de 10 nomeações assim. E assim continuarei fazendo. Penso que a luta pela aprovação tem de ser prazerosa, e não um martírio. A vitória sempre chega, cedo ou tarde. Então, façamos da batalha também algo bom.

 

 

Algumas dicas e conselhos que você acha interessante para quem está se preparando para um concurso público:

 

Inicialmente, gostaria de aconselhar a encarar o próximo concurso como se fosse o último de sua vida. Mas, sempre com a certeza de que haverá muitos outros depois. Pode parecer paradoxal, mas eu encaro assim. Encaro como se fosse o último para que me discipline muito no estudo, e com a certeza de que haverá muitos outros depois, para aliviar um pouco a pressão.

 

Aconselho, também, a pesquisarem bem os materiais antes de comprar, principalmente nos sites de concursos, como o Correioweb e ForumConcurseiros. Lá você encontra muitas dúvidas sobre bibliografias, que podem fazer você otimizar os gastos em sua preparação para concursos. E muita fé, minha gente, pois vivemos uma época de bonança nos concursos e há vagas para todos que se dedicam!

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